sexta-feira, 17 de julho de 2009

RECONCILIE-SE

NA prática do perdão , e na prática do bem em geral, além de um efeito moral, um efeito também material.
A morte como se sabe, não nos livra dos nossos inimigos. Os Espíritos vingativos perseguem sempre com seu ódio, além da sepultura, aqueles que ainda são objecto do seu rancor. Daí ser falso, quando aplicado ao homem o provérbio: ''Morto o Cão,Acaba- se a Raiva''.
O Espírito mau espera que aquele a quem quer mal esteja encerrado em seu corpo, e assim menos livre, para mais facilmente o atormentar, atingindo-o nos seus interesses ou nas suas mais caras afeições. é necessário ver nesse fato a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo daqueles que apresentam certas gravidades, como a subjugação e a possessão. O obsedado e o possesso, são, pois, quase sempre, vítimas de uma vingança anterior, a que provavelmente deram motivos por sua conduta.
Deus permite a situação actual, para os punir do mal que fizeram, ou se não o fizeram, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar. Importa, pois, com vistas á tranquilidade futura, reparar o mais cedo possível os males que se tenham praticado em relação ao próximo, e perdoar aos inimigos, para assim se extinguirem, antes da morte, todos os motivos de desavença, toda causa profunda de animosidade posterior.
Dessa maneira se pode fazer, de um inimigo encarnado neste mundo, um amigo no outro, ou pelo menos ficar com a boa causa, e Deus não deixa ao sabor da vingança aquele que soube perdoar. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com nosso adversário, não quer apenas evitar as discórdias na vida presente, mas também evitar que elas se perpetuem nas existências futuras. Não sairás de lá, disse ele, enquanto não pagares o último centil, ou seja, até que a justiça divina não esteja completamente satisfeita.
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