segunda-feira, 23 de março de 2009

ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS

-O Espiritismo nos ensina de que maneira se opera a união do Espírito e do corpo na encarnação.





-O Espírito por sua essência espiritual, é um ser indefinido, abstracto, que não pode ter uma ação direta sobre a matéria, sendo -lhe necessário um intermediário; esse intermediário está no envoltório fluidico que faz, de alguma sorte, parte integrante do Espírito, envoltório semi-material, quer dizer, tendo da matéria por sua origem e da espiritualidade por sua natureza etéreo; como toda matéria, ela é haurida no fluido cósmico universal, que sofre, nessa circunstância, uma modificação especial. Esse envoltório, de significado sob o nome de PERISPÍRITO, de um ser abstracto, faz um ser concreto, definido, perceptível pelo pensamento; ele o torna apto para agir sobre a matéria tangível, do mesmo modo que todos os fluidos imponderável, que são, como se sabe, os mais poderosos motores.










-O fluido Perispiritual e, pois, o traço de união entre o Espírito e a matéria. Durante a sua união com o corpo, é o veiculo de seu pensamento, para transmitir o movimento as diferentes partes do organismo que agem sob o impulso de sua vontade, e para repercutir no espírito as sensações produzidas pelos agentes exteriores. Ele tem por fio condutor os nervos, como no telégrafo o fluido elétrico tem por condutor o fio metálico.










-Quando o Espírito deve se encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que não é outra coisa senão uma expansão do seu Perispirito, liga-o ao germe para o qual se acha atraído, por uma força inrressistivel, desde o momento de concepção. À medida que o germe se desenvolve, o laço se aperta; sob a influência do principio vital material do germe, o perispirito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, com o corpo que se forma: de onde se pode dizer que o Espírito, por intermédio de seu perispirito, toma de alguma sorte, a raiz nesse germe, como uma planta na terra. Quando o germe está inteiramente desenvolvido, a união é completa, e então, ele nasce para a vida exterior.







-Por um efeito contrário, a essa união do perispirito e da matéria carnal, que se cumpria sob a influência do principio vital do germe, quando esse principio deixa de agir , em consequência da desorganização do corpo, a união que era mantida pelo uma força actuante, cessa quando essa força deixa de agir; então o perispirito se desliga, molécula a molécula, como estava unido, e o Espírito se entrega à sua liberdade. Assim não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo, mas a morte do corpo que causa a partida do Espírito.







- Desde o instante que se segue à morte, a integridade do Espírito está inteira; que as suas faculdades adquirem mesmo uma penetração maior, ao passo que o principio de vida está extinto no corpo, é a prova evidente de que o principio vital e o principio espiritual são duas coisas distintas.





-O Espiritismo nos ensina, pelos fatos que nos faculta observar, os fenómenos que acompanham essa separação: algumas vezes, ela é rápida, fácil, doce e insensível; de outra vezes, é lenta, laboriosa, horrivelmente penosa, segundo o estado moral do Espírito, e pode durar meses inteiro.







-Um fenómeno particular, igualmente assinalado pela observação, acompanha sempre a encarnação do espírito. Desde que este é preso pelo laço fluídico que o liga ao germe, a perturbação se apodera dele; essa perturbação cresce à medida que o laço se aperta, e, nos últimos momentos, o Espírito perde toda a consciência de si mesmo, de sorte que ele nunca é testemunha consciente de seu nascimento. No momento em que a criança respira, o Espírito começa a recobrar as suas faculdades, que se desenvolve á medida que se formam e se consolidam os órgãos que devem servir para a sua manisfetação.




-Mas ao mesmo tempo que o Espírito recobra a consciência de si mesmo, ele perde a lembrança de seu passado, sem perder as faculdades, as qualidades e as aptidões adquiridas anteriormente, aptidões que estavam, momentaneamente, estacionadas em seu estado latente e que, em retomando a sua actividade , vão ajuda-lo a fazer mais e melhor do que o fazia precedentemente; ele renasce o que se faz pelo seu trabalho anterior, é, por isso, um novo ponto de partida, um novo degrau a subir. Aqui ainda se manifesta a bondade do criador, porque a lembrança de um passado frequentemente penoso ou humilhante, juntando-se ás amarguras de sua nova existência, poderia perturba-lo ou entrava-lo; ele não se lembra senão daquilo que aprendeu, porque isso lhe é útil, Se alguma vezes, conserva uma vaga intuição dos acontecimentos passados, é como a lembrança de um sonho fugidio. É pois, um homem novo, por ancião que seja o seu Espírito, ele se apoia sobre novos hábitos, com a ajuda dos que adquiriu. Quando ele entra na vida Espiritual, o seu passado se desenrola aos seus olhos, e julga se empregou bem ou mal o seu tempo.
-Não há, pois, solução de continuidade na vida espiritual, apesar do esquecimento do passado; o Espírito é sempre ele, antes, durante a encarnação e depois dela; a encarnação não é senão uma fase especial de sua existência. Esse esquecimento não ocorre mesmo senão durante a vida exterior de relação; durante o sono o espírito em parte desliga dos laços carnais , entregue á liberdade e á vida espiritual, lembra-se; sua vida espiritual não é mais tanto obscurecida pela matéria.
-A encarnação não é, pois, normalmente uma punição para o Espírito, como alguns o pensam, mas uma condição inerente à inferioridade do espírito e um meio de progredir.


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