ESPÍRITO SUICIDA:
Um Ateu:
O Sr. J. B. D... era um homem instruído, mas imbuído, ao último grau, de ideias materialista, não crendo nem em Deus nem em sua alma. Foi evocado dois anos depois de sua morte; na Sociedade Espirita de Paris, a pedido de um dos seus parentes.
Evocação- R= Eu sofro! eu sou réprobo.
P= Fomos instados a vos chamar, de parte de vossos parentes, que desejam conhecer a vossa sorte; podeis dizer-nos se vossa evocação vos é agradável ou penosa?
R= Penosa
P= A vossa morte foi voluntária
R= Sim.
P= Que motivo vos levou a destruir-vos?
R= Aborrecimento da vida sem esperanças.
P= Quiseste escapar das vicissitudes da vida; com isso, ganhastes alguma coisa?
R= Por que o nada não existe?
P= Quereis ser bastante bom para nos descrever a vossa situação, o melhor que pudestes?
R= Sofro por ser obrigado a crer em tudo o que negava. Minha alma é como um braseiro; está horrivelmente atormentada.
P= De onde vos provinham as ideias materialistas que tinheís quando vivo?
R= Numa outra existência fui mau, e o meu espírito foi condenado a sofrer os tormentos da dúvida durante a minha vida; também me matei...
CRIMINOSOS ARREPENDIDOS:
Lemaire.
Condenado á pena de morte, pelo Supremo tribunal de Justiça (criminal) do Aisne, e executado em 31 de Dezembro de 1857; evocado em 25 de Janeiro de 1858.
Evocação- R= Estou aqui.
P= Que sentimento experimentais á vossa visão?
R= A vergonha.
P= Conservaste o vosso conhecimento até o último momento?
R= Sim.
P= Imediatamente após a vossa execução, tiveste conhecimento de vossa nova existência?
R= Estava mergulhado numa perturbação imensa da qual ainda não sai. Senti uma imensa dor, e pareceu-me que meu coração a sofria. Vi rolar não sei o quê ao pé do patibulo: vi sangue correr e a minha dor com isso não se tornou senão mais pungente. - P= Era uma dor puramente física, análogo á que seria causada por uma grande ferida, pela amputação de um membro, por exemplo?
R= Não; figurai-vos um remorso, uma grande dor moral.
P= Quando começastes a sentir essa dor?
R= Desde que estou livre.
P= A dor física, causada pelo suplicio, era sentida pelo corpo ou pelo Espírito?
R= A dor moral estava no meu Espírito; o corpo sentiu a dor física; mas o Espírito separado dela se ressentia ainda.
P= Tivestes o vosso corpo mutilado?
R= Vi não sei quê informe que parecia me terem tirado; entretanto, ainda me sentia inteiro; era eu mesmo.
p= Que impressão essa visão produziu em vós?
R= Sentia muito a minha dor, estava perdido nela...
ESPÍRITOS ENDURECIDOS:
(Bordeaux, 1862)
Um Espíritos se apresenta espontaneamente ao médium sob o nome de Angéle.
P= Arrependei vos de vossas faltas?
R= Não.
P= Então por que viestes até nós?
R= Para tentar.
P= Não sois, pois, feliz?
R= Não. -P= Sofreis?- R= Não- P= O que vos falta?- R= A paz.
NOTA:
Certos espíritos não consideram como sofrimento senão aqueles que lhes lembram as dores físicas, tudo convindo que o seu estado moral é intolerável.
P= Como pode a paz vos faltar na vida espiritual?
R= Um lamento do passado.
P= O lamento do passado é um remorso; portanto, vos arrependestes?
R= Não; é por medo do futuro.- P= Que temeis? - R= O desconhecido.
P= Quereis dizer-me o que fizeste na vossa última existência? isto me ajudará, talvez a vos esclarecer.
R= Nada.
P= Em que posição social estáveis? - R= Mediana.
P= Fostes casada?- R= casada e Mãe.
P= Cumpristes com zelo os deveres dessa dupla posição?
R= Não; meu marido me entediava, meus filhos também.
P= Como se passou a vossa vida?
R= A me divertir na juventude, e a me aborrecer na madureza.
P= Quais eram vossas ocupações?- R= nenhuma.
P= Quem, pois, cuidava de vossa casa - R= A doméstica...
ESPÍRITOS FELIZES:
Sra. Anais Gourdon
Muito jovem, notável pela doçura de seu carácter e pelas qualidades morais mais eminentes, falecida em Novembro de 1860. Ela pertencia a uma família de trabalhadores nas minas de carvão das cercania de SAINT-ETIENNE, circunstancias importante para apreciar a sua posição como Espírito.
Evocação- Estou aqui
P= Vosso marido e vosso pai pediram- me para vos chamar; e ficarão felizes tendo uma comunicação vossa.
R= Também estou bem feliz em dá-la.
P= Por que fostes arrebatada tão jovem da afeição de vossa família?
R= Porque terminais as minhas provas terrestres.
P= Ides vê-los algumas vezes?
R= Oh! estou frequêntimente perto deles.
P= Sois feliz como espírito?
R= Eu sou feliz, eu tenho esperança, eu espero, eu amo; os céus não tem mais espanto para mim, espero com confiança e amor que as asas brancas me abram caminho.
P= Que entendeis por essas asas?
R= Entendo tornar-me espírito puro e resplandecer como os mensageiros celestes que me ofuscam.
NOTA:
As asas dos anjos, Arcanjos, Serafins, que são Espíritos puros, evidentemente, não são senão um atributo imaginado pelos homens para pintar a rapidez com a qual se transportam, porque a sua natureza etéreo lhes dispensa qualquer sustentáculo para percorrer os espaços. Entretanto, eles podem aparecer aos homens com esse acessório para responderem ao seu pensamento, como outros espíritos tomam a aparência que tinham na terra para se fazerem reconhecer.
P= Vossos pais podem fazer alguma coisa que vos seja agradável?
R= Podem, estes seres queridos, não mais se entristeceram pelo quadro de seus pesares, uma vez que sabem que não estou perdida para eles; que o meu pensamento lhes seja doce, leve e perfumado em suas lembranças. Passei como uma flor, e nada de triste deve subsistir de minha rápida passagem.
P= De onde vem que a vossa linguagem seja tão poética e tão pouco em relação com a sua posição que tinheís na terra?
R= É que é a minha alma quem fala. sim eu tinha conhecimentos adquiridos, e frequêntimente, Deus permiti que Espíritos delicados se encarnem entre os homens mais rudes para fazê-los pressentir as delicadeza que alcançarão e compreenderão mais tarde.
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