sábado, 24 de janeiro de 2009

O SUICÍDIO E A LOUCURA







A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio. Com efeito, a maior parte dos casos de loucura são provocados pelas vicissitudes que o homem não tem forças de suportar. Se portanto, graças á maneira por que o Espiritismo o faz encarar as coisas mundanas, ele recebe com indiferença e até mesmo com alegria, os revezes e as decepções que em outras circunstâncias o levariam ao desespero, é evidente que essa força, que o eleva acima dos acontecimentos, preserva a sua razão dos abalos que o poderiam perturbar.

O mesmo se dá com o suicídio. Se exceptuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucuras, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento. Ora aquele que está certo de ser feliz apenas um dia, e de se encontrar melhor nos dias seguintes, facilmente adquire paciência. Ele só se desespera se não ver um termo para os seus sofrimentos. É o que é a vida humana, em relação á eternidade, senão bem mesmo que um dia? Mas aquele que não crê na eternidade, que pensa tudo acabar com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e o infortúnio, só vê na morte o fim dos seus pesares. nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio.
A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as ideias materialista, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral. Quando vemos, pois, homens de ciência, que se apoiam na autoridade do seu saber, esforçam-se para provar aos seus ouvintes ou ao seus leitores, que eles nada têm a esperar depois da morte, não os vemos tentando convence-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? quem poderiam dizer para afasta-los dessa ideia? Que compensação poderão oferecer-lhes? que esperanças poderão propor-lhes? Nada além do nada! De onde é forçoso concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva possível, mais vale atirar-se logo a ele, do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento.
A propagação das ideias materialista é, o veneno que inocula em muitos a ideia do suicídio, e os que se fazem seus apóstolos assumem uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, a dúvida não sendo mais permitida,modifica-se a visão da vida. O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições inteiramente novas, daí a paciência e a resignação, que muito naturalmente afastam a ideia do suicídio. Daí numa palavra, a coragem moral.
O espiritismo tem ainda, a este respeito, outro resultado igualmente positivo, e talvez mais decisivo. Ele nos mostra os próprios suicidas revelando a sua situação infeliz, e prova que ninguém pode violar impunimente a lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a sua vida. Entre os suicidas, o sofrimento temporário, em lugar do eterno, nem por isso é menos terrível, e sua natureza dá o que pensar a quem quer que seja tentando a deixar este mundo antes da ordem de Deus. O espírita tem, portanto, para opor á ideia do suicídio, muitas razões: a certeza de uma vida futura, qual na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado tiver sido na Terra: a certeza que de que abreviando sua vida, chega a um resultado inteiramente contrário ao que esperava; que foge de um mal para cair noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível; que se engana ao pensar que, ao se matar, irá mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo á reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que lá espera encontrar. De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso o numero de suicídios que o espiritismo impede é considerável, e podemos concluir que, quando todos forem espíritas, não haverá mais suicídios conscientes. Comparando, pois os resultado das doutrinas materialista e espírita, sob o ponto de vista do suicídio, vemos que a lógica de uma conduz a ele, enquanto a lógica de outra o evita, o que é confirmado pela experiência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, adorei seu blog, dediquei um selo para você, se gosta, é só passar no meu blog e pega-lo.

bjs

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